Taxa de juros chinesa sofreu corte de 0,10 ponto percentual, caindo de 3,55% para 3,45%
O Banco Popular da China, o banco central do país, promoveu mais um corte na taxa de juros dos chineses. O recuo foi uma resposta aos índices que indicam desaceleração da economia chinesa. O banco chinês controla nove taxas distintas. Desta vez, o corte foi na LPR (Taxa Básica de Empréstimo, na tradução livre) de um ano, que serve como referência para a maioria dos empréstimos de empresas e famílias chinesas, além de ser o índice usado para definir os juros que as instituições bancárias cobram dos clientes.
O recuo foi de 0,10 ponto percentual, o que fez com que caísse de 3,55% para 3,45%, corte mais suave do que o esperado pelo mercado financeiro do país. A expectativa era a de que a redução fosse um pouco maior, de 0,15 ponto percentual, nesta que é a segunda queda da LPR nos últimos três meses. A taxa de um ano afeta a maior parte dos empréstimos novos e pendentes, enquanto a taxa de cinco anos influencia o valor de empréstimos de longo prazo.
Em junho a redução havia sido de 0,10 ponto percentual. De acordo com economistas, essa opção poderá dificultar a volta da confiança no setor imobiliário chinês, que derrubou as perspectivas para a segunda maior economia do mundo. O yuan, a moeda chinesa, perdeu cerca de 6% na comparação com o dólar no período acumulado deste ano.
O LPR de cinco anos se manteve inalterado, a 4,2%. Este indicador é usado como referência para a maior parte das hipotecas no mercado imobiliário no país. A decisão do governo da China causou decepção no mercado financeiro chinês, e fez com a bolsa de Xangai despencasse 1,24% no pregão do dia. Já a bolsa de Hong Kong recuou 1,82%.
A crise imobiliária chinesa, aprofundada recentemente, aumentou as apostas na desaceleração do país, considerado um dos “gigantes asiáticos”. Dados tanto da indústria chinesa quanto do mercado de emprego dos últimos meses têm demonstrado que o país não conseguiu retornar da pandemia de Covid-19 com o mesmo ímpeto no que tange à economia.
Para se ter ideia, a Evergrande, a gigante no mundo da incorporação que deu calote em 2020, protocolou, nas últimas semanas, pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Outra gigante do mercado imobiliário chinês, a Country Garden suspendeu na última semana o pagamento de sua dívida, que beira os US$ 160 bilhões. A incorporadora foi excluída dos índices de Hong Kong e de Xangai. E a Zhongrong International Trust, gestora de investimentos que oferece empréstimos a imobiliárias na China, anunciou que atravessa crise de liquidez após calote de cerca de US$ 14 milhões.